08DE JAN
De todos os núcleos do PT no país, talvez o da Paraíba tenha sido o único a não acompanhar o crescimento que o partido experimentou nessa última década, quando ganhou três eleições presidenciais consecutivas. E isso se deve à extraordinária capacidade de suas lideranças de errarem, movidas que são pelo ego que não as deixa enxergar um palmo à frente do nariz.
A isso some-se o desastre petista nas prefeituras de Campina Grande, Teixeira e Cabedelo. Nesta última, candidato à reeleição, Dr Júnior amargou o terceiro lugar. O mesmo se deu com Cozete, em Campina, sem se falar nos processos e condenações. Elenildo, em Texeira, até preso foi.
O PT sempre brigou com sua maior liderança, a ponto de perdê-la. Fora do partido, Ricardo Coutinho ganhou duas vezes a Prefeitura de João Pessoa e chegou a ser governador. Em 2004, ano em que Ricardo saiu da legenda, o PT naufragou como nunca com a candidatura de Avenzoar Arruda a prefeito. O PMDB, de quem Ricardo nunca fora próximo, percebeu o favoritismo dele e embarcou na sua postulação vitoriosa.
Há dois anos, o PT repete com Luiz Couto o mesmo que fizera com Ricardo Coutinho. Maior liderança da sigla, é tratado pela maioria da direção estadual de maneira áspera. Em 2010, de tudo se fez para derrotá-lo.
Ainda cometendo os mesmos erros do passado, o partido se deu conta dos prejuízos e quer recuperar a década perdida em 2012. Para isso, pretende disputar as prefeituras das dez maiores cidades do estado. Todavia, é tarde!
No Brasil, a chegada do PT ao poder criou um fenômeno, que consiste na dificuldade de outro partido mais à esquerda ocupar espaço. O próprio PT perseguiu essa condição de um dos lados da moeda durante anos e anos, e no meio de projetos mais conservadores. Agora, será mais difícil essa tarefa para outra legenda.
Na Paraíba, o crescimento de Ricardo Coutinho, que em 18 anos conquistou 2 mandatos de vereador, 2 de deputado estadual, 2 de prefeito da capital e 1 de governador, preenche esse vácuo que o PT poderia ter ocupado, e com o próprio Ricardo. O nome o partido dispunha dele, mas preferiu abrir mão.
Essa dificuldade reside no fato de que, das forças políticas do estado, Ricardo é a mais identificada com o pensamento petista, ainda sendo visto por grande parte do eleitorado como um político da sigla, ao menos do ponto de vista contextual.
E assim o PT vai convivendo com a certeza de que perdeu o bonde da história, tendo deixado escapar a chance que o partido soube agarrar noutros estados e no país. Desde 1998,o PT paraibano tem 1 deputado federal e 3 estaduais, e até já possuiu mais prefeitos, bem como foi mais protagonista. Hoje, se divide entre ricardistas e anti-ricardistas.
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