• Numa afronta à lei e aos cidadãos, campanha já está nas ruas

    De acordo com as normas do TSE, a campanha de rua com vistas às eleições de outubro só estará liberada em julho (dia 06), e a propaganda no rádio e na televisão (o popular guia), somente em 21 de agosto. Ou seja, falta muito ainda. Isso, infelizmente, na teoria, na letra fria da lei, cujo teor é completamente ignorado por alguns grupos de poder que, valendo-se da estrutura e da máquina públicas, já iniciaram a campanha 2012.
    É escandaloso o que se assiste atualmente em Campina Grande, sob as barbas da justiça, numa afronta aos preceitos éticos, morais, legais e num verdadeiro escárnio ao povo, tratado mais uma vez como mera massa de manobra. É gritante o uso da coisa pública para promoção de apadrinhados. É explícito o uso da mídia para massificação de pré-candidatos. É notória a pressa neste ano para se “resolver” problemas que foram tratados com indiferença durante anos.
    E, um detalhe importante: isso não é de hoje, nem foi inventado pelos agentes que estão agora no poder, embora tais práticas estejam, atualmente, ainda mais explícitas, certamente sob a motivação de uma indisfarçável sensação de impunidade. O mais impressionante é que até mesmo nomes que se apresentam buscando o status de terceira via já dão sinais de incorrerem nas mesmas práticas – cada um segundo a estrutura que dispõe.
    Há duas formas de se combater essa imoralidade. A primeira, uma resposta eficaz da Justiça, através da ação fiscalizadora do Ministério Público, apurando denúncias, investigando manobras eleitoreiras, levando infratores a julgamento, para que se intimidem ante a força da lei. Para tanto, claro, o esforço do MP deve ter a acolhida dos magistrados. Em suma, a justiça precisa se estabelecer, se não pode cair em descrédito.
    Todavia, não há arma mais eficiente que a rejeição do cidadão. Todos precisamos manter os olhos abertos, nos opondo veementemente ao uso da máquina como instrumento promocional de candidatos, percebendo que o volume de obras e ações aumenta consideravelmente em ano eleitoral, duvidando de tudo o que se vê, se ouve e se lê, e dizendo “não” aos políticos que tentam, de todos os modos, nos impor as suas vontades. Pense que não quem quiser, mas Campina é uma cidade livre!
    José Artur – Bolinha -
    Presidente da Federação das CDLs da Paraíba e do PTB de Campina Grande