Pessoal, em
nossa cidade nos últimos meses e até nos últimos anos um assunto tem pautado as
discussões políticas. Trata-se da hereditariedade no modo de administrar.
A palavra
de Deus, desde o Antigo Testamento aborda a essa questão de modo claro,
objetivo e esclarecedor. O povo de Deus, que sempre errou, sempre teve uma
segunda chance e nunca um filho foi condenado pelos defeitos de seu pai.
Acompanhemos esses textos e façamos uma hermenêutica trazendo-os para os nossos
dias, para que a Palavra de Deus ilumine as nossas mentes e não fiquemos de
esquina e esquinas reproduzindo palavras vazias de fé e de conhecimento que ouvimos
da boca de alguns ignorantes.
"visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira
e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20:5).
A Bíblia mal interpretada é a mãe das heresias! Esta ameaça pronunciada por
Deus se refere aos que não eram salvos, e permaneciam na idolatria, desprezando
ao único Deus vivo e verdadeiro.
É verdade que alguns textos nas Escrituras declaram que o pecado dos pais têm
influência sobre a vida dos seus filhos (Lv 26:39; Is 55:7; Jr 16:11; Dn 9:16;
Am 7:17). Mas, isto deve ser bem entendido, pois não é uma referência à
maldição hereditária, mas à persistência dos filhos de não abandonar os pecados
dos pais. Sendo fiéis ao contexto histórico de toda a narrativa, perceberemos
que estas passagens são exortações ao arrependimento, porque a punição era por
pecados que tiveram origem nos pais, ou antepassados mais remotos, mas eram
pecados ainda perpetuados e praticados por eles mesmos.
O profeta Ezequiel denuncia o pecado
do povo por acreditar
"que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel,
proferis este provérbio, dizendo: os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos
filhos é que se embotaram?" (Ez 18:2).
Entretanto, após a repreensão segue a instrução do Senhor dizendo:
"tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais
direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma
do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá (Ez
18:3-4).
A argumentação do profeta continua em todo o contexto posterior, deixando bem
claro que cada um é responsável pelos seus próprios pecados, e não será o filho
punido por causa do pai, nem o pai por causa do filho (versos 5-22).
Os discípulos de Cristo necessitaram ser
corrigidos deste erro. Numa certa ocasião encontraram um jovem cego de
nascença, e questionaram:
"mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que
nascesse cego?" (Jo 9:2).
A redundante resposta de Jesus fechou o assunto, ao dizer que:
"nem ele pecou, nem os seus pais; mas foi para que se
manifestem nele as obras de Deus" João 9.3
Os males físicos e temporais são instrumentos da providência de Deus, para que
a Sua glória se manifeste no meio do Seu povo escolhido, e assim, a Sua vontade
se torne conhecida (Jo:9:35-39; Rm 8:28).
Como podemos
constatar ninguém pode ser penalizado pelos erros cometidos no passado por
algum parente, em especial os pais. Quando tratamos do tema administração
devemos ter bastante cuidado, pois além da hereditariedade não exercer
influência, estamos em outra época onde a municipalização da educação, da saúde
e outros setores enviam recursos direto para os municípios e bem mais recursos,
pois o nosso país cresceu bastante nos governos do PT e aliados.
No
caso específico de Jacaraú é sabido por grande parte da população que um membro
da família Ribeiro fez um ótimo governo neste município em gestões passadas, logo não
podemos condenar a família pelo fato de um outro membro haver feito um governo
desastroso.
Outro
aspecto a ser observado: Ninguém governa sizinho, no entanto todo governo tem
um líder, por mais influência que o grupo tenha sobre esse líder a palavra
final será a dele. Outro sim se sabe que é difícil a experiência acumulada
abrir espaço para o novo que chega, porém, esse é um processo natural a ser
enfrentado pelo novo que está chegando, se assim não fosse não seriamos nós os
autores construtores de nossa própria história. Somos influenciados pelo meio
em que vivemos e ao mesmo tempo damos a nossa parcela de contribuição para que
o mesmo se transforme.
Januário
Neto.