Ultimamente
o sal não está em seus melhores dias. Os nutricionistas estão constantemente
pedindo para que a gente “esconda” o saleiro e, de preferência, para que
passamos a consumir uma versão com baixo teor de sódio. O sal é mais do que um
tempero; tecnicamente falando ele é um mineral. Apesar do excesso de sal fazer
mal para nós, o mineral em si é essencial para o bom funcionamento do corpo –
ele nos ajuda a transmitir os impulsos elétricos nervosos. Conhecendo o quão
o sal é necessário para o corpo humano não é surpresa alguma saber que o
mineral provocou um dos maiores protestos na história moderna.
Há muito tempo atrás, as pessoas obtinham sal dos animais que caçavam e devoravam (a carne crua é uma boa fonte de sal). Mas depois de deixarem de ser caçadores para tornarem-se fazendeiros, as pessoas acabaram substituindo a carne em sua dieta por vegetais e grãos – como resultado, tornou-se necessário uma fonte suplementar de sal [fonte: Le Couteur].
Desde os tempos mais remotos os governos souberam tirar proveito da tributação do sal. Uma vez que todo mundo precisava de sal, a receita era garantida. Além disso, antes da existência das geladeiras, o sal era muito usado para preservar os alimentos, tornando-se uma commodity.
No entanto, as altas taxas de imposto sobre o sal acabaram levando a muitas controvérsias no decorrer da história. O imposto francês sobre o sal, conhecido como gabelle, ajudou até mesmo a incitar a Revolução Francesa (em inglês).
No século 20, outra taxação sobre o sal inspirou uma ação revolucionária. O fato aconteceu na Índia, até então oprimida sobre o domínio colonial britânico. Da maneira similar a que os colonos americanos organizaram a Boston Tea Party, 150 anos antes, para protestar contra as leis inglesas, os indianos também se engajaram para reivindicar seus direitos – de forma pacífica.
Há muito tempo atrás, as pessoas obtinham sal dos animais que caçavam e devoravam (a carne crua é uma boa fonte de sal). Mas depois de deixarem de ser caçadores para tornarem-se fazendeiros, as pessoas acabaram substituindo a carne em sua dieta por vegetais e grãos – como resultado, tornou-se necessário uma fonte suplementar de sal [fonte: Le Couteur].
Desde os tempos mais remotos os governos souberam tirar proveito da tributação do sal. Uma vez que todo mundo precisava de sal, a receita era garantida. Além disso, antes da existência das geladeiras, o sal era muito usado para preservar os alimentos, tornando-se uma commodity.
No entanto, as altas taxas de imposto sobre o sal acabaram levando a muitas controvérsias no decorrer da história. O imposto francês sobre o sal, conhecido como gabelle, ajudou até mesmo a incitar a Revolução Francesa (em inglês).
No século 20, outra taxação sobre o sal inspirou uma ação revolucionária. O fato aconteceu na Índia, até então oprimida sobre o domínio colonial britânico. Da maneira similar a que os colonos americanos organizaram a Boston Tea Party, 150 anos antes, para protestar contra as leis inglesas, os indianos também se engajaram para reivindicar seus direitos – de forma pacífica.
Um
importante líder do movimento pela independência indiana, Mohandas (mais
conhecido por Mahatma ou “de grande alma”) Gandhi é conhecido por promover uma
nova “filosofia” de desobediência civil. Ele acreditava que a Índia poderia
obter sua independência da Grã-Bretanha através de campanhas sem o uso da
violência. O sal esteve à frente da principal campanha de Gandhi tornando-se o
símbolo da opressão britânica.
Em 1919, depois dos indianos ajudarem os britânicos na Primeira Guerra
Mundial (em inglês), o foco do Congresso Nacional passou a
ser a completa independência do país. Foi quando Gandhi surgiu. A filosofia que
ele desenvolveu incentivando todos a lutar pacificamente ficou conhecida como satyagraha, que tinha como
princípios a busca da verdade absoluta, a não violência e o autocontrole.
Para entender porque o imposto britânico sobre o sal era tão
opressivo para o povo indiano, é bom saber um pouco sobre o clima e a cultura
do local. O clima quente da Índia faz as pessoas suarem e, por consequência,
perderem o seu próprio suprimento de sal. E porque os indianos não
costumam comer muita carne (fonte natural de sal) eles precisam de uma fonte
suplementar de sal para se manterem saudáveis. Tributar o mineral que o povo
indiano mais precisava para sobreviver foi apenas uma maneira que o governo
britânico encontrou para manter os indianos sob seu domínio.
Mas na manhã de 12 de março de 1930,
Gandhi resolveu acabar com isso. Ele e outros 78 seguidores começaram a marchar
de Sabarmati Ashram em direção à Dandi, no Mar Arábico. Muitas outras pessoas
se juntaram ao grupo durante a jornada de 400 km. Andando cerca de 16 a 24 km
por dia, Gandhi alcançou o seu destino em 24 dias [fonte: Nojeim - em inglês].
Durante a marcha, ele parou em
várias aldeias procurando convencer funcionários do governo a pedirem demissão
em forma de protesto além de encorajar outras pessoas a se unirem à
manifestação de forma não violenta. Quando chegou ao mar, Gandhi coletou um
pedaço de sal – o que era contra a lei. O ato inspirou uma onda de coleta
ilegal de sal resultando em milhares de prisões.
O frágil Gandhi, de 61 anos, não precisava ter andado. Ele poderia ter ido de carro ou de trem para coletar o sal no mar. Mas ele sabia o que estava fazendo. A sua marcha foi um protesto simbólico para atrair a atenção da mídia além de servir de inspiração para outras ações mais do que qualquer coisa. Muitos historiadores de hoje em dia consideram esse como o ato mais poderoso de Gandhi. Logo em seguida foi firmado o pacto Gandhi-Irwin que permitia às pessoas coletarem e fabricarem o sal. No ano seguinte o governo aumentou o imposto.
Depois da Segunda Guerra Mundial (em inglês) finalmente a Grã-Bretanha concedeu a independência à Índia – muito se deve às campanhas não violentas de Gandhi. Sua filosofia e legado escrito também contribuíram para inspirar outros, como Martin Luther King Jr., em busca de mudanças através da desobediência civil (em inglês) sem violência.
O frágil Gandhi, de 61 anos, não precisava ter andado. Ele poderia ter ido de carro ou de trem para coletar o sal no mar. Mas ele sabia o que estava fazendo. A sua marcha foi um protesto simbólico para atrair a atenção da mídia além de servir de inspiração para outras ações mais do que qualquer coisa. Muitos historiadores de hoje em dia consideram esse como o ato mais poderoso de Gandhi. Logo em seguida foi firmado o pacto Gandhi-Irwin que permitia às pessoas coletarem e fabricarem o sal. No ano seguinte o governo aumentou o imposto.
Depois da Segunda Guerra Mundial (em inglês) finalmente a Grã-Bretanha concedeu a independência à Índia – muito se deve às campanhas não violentas de Gandhi. Sua filosofia e legado escrito também contribuíram para inspirar outros, como Martin Luther King Jr., em busca de mudanças através da desobediência civil (em inglês) sem violência.