A Mutação do Sistema liberal e a Pessoa Humana
O
capitalismo já não é o mesmo que emergiu no nosso país a partir de 1822 com o
alvorecer do sistema monárquico do tipo liberal. Hoje, o que se pode observar é
uma fusão de capitalismo com socialismo, comunismo, dentre outras tendências
inclusas em um só modelo de governo. As práticas escravistas, feudais, operárias, continuam a existir, porém com uma roupagem diferente, em uma
sociedade industrializada, cientificada, tecnicamente avançada e com uma
concentração de mais de 80% da população residindo em cidades.
O
neoliberalismo, o nosso atual sistema de governo, é composto por toda essa
mistura, porém esse sistema continua funcionado a partir de duas molas mestra,
O CAPITAL e a SOCIAL DEMOCRACIA. Esses dois pilares têm nos proporcionado
avanços consideráveis, contudo, a mutação com a renovação do sistema é
inevitável. Com a derrubada das torres gêmeas em 11 de setembro de 2001, o
maior símbolo do capitalismo mundial, deu-se início a uma série de fatores que
vem determinando a queda deste sistema.
O
Neoliberalismo, com os seus dois pilares de sustentação, está em fase terminal.
Podemos identificar três possíveis causas determinantes que esse sistema trás
consigo, tornando-o inviável neste novo modelo de sociedade: Hedonismo,
Individualismo e a negação do ser humano.
Hedonismo
-> É o ato em que cada pessoa busca a felicidade a todo custo, onde os fins
justificam os meios. Busca-se a felicidade no imediatismo.
Individualismo
-> É o ato em que a pessoa mesmo
estando em grupo social (Família, vizinhança, escola, Igreja, clube, empresa, politico)
pensa apenas em si. É como se o universo existisse apenas para ela, a pessoa.
Desta forma se torna egoísta, egocêntrica. O altruísmo é algo impensado na
mente dessa pessoa. Na atualidade é moda
o individualismo, até canção apologética são veiculadas na grande mídia com o
seguinte refrão: “ Primeiro eu, segundo eu, terceiro eu”.
A negação
do ser humano-> Consiste em conceitos de valores. No sistema capitalista
costuma-se afirmar: “A pessoa só vale o que tem”, ou seja, se você não possui
bens materiais, nada vale. Dessa forma o ser humano inexiste para este sistema.
O dinheiro (pequeno pedaço de papel ou moeda), os objetos (casas, carros,
roupas, eletrodomésticos, terrenos), o poder (estar em uma posição privilegiada
na sociedade. O sonho de 99% desta sociedade educada para “subir no trono”),
recebem valores muito além do que realmente possuem, em detrimento da pessoa
humana que se torna objeto dos objetos, ou seja, as pessoas podem ser
despejadas das terras onde cultivavam o próprio alimento e jogadas nas
periferias das cidades aumentando o número de desempregados e posteriormente a
quantidade de vagabundos, prostitutas, aviões do tráfico, dentre outras mazelas
atuais produzidas por este sistema que visa tão somente o lucro e o capital.
Como uma
sociedade que pensa e age dessa forma pode continuar existindo por mais tempo?
Nós somos
vítimas deste sistema, mas, não podemos aceitar isso como normal. Precisamos
fazer valer a dignidade da pessoa humana, ou, pelo contrário, jamais seremos
imagem e semelhança de Deus e nunca teremos uma sociedade justa, fraterna e
igualitária. Outro sim, as coisas estão sempre se transformando em algo novo,
como bem afirmava o filósofo Pré-socrático, Heráclito: “um mesmo homem não toma
banho num mesmo rio duas vezes”. Essa célebre frase se tornou famosa, porém
para aqueles que estão no poder ela sempre representará uma ameaça, contudo,
esse é o processo natural das coisas, dos sistemas de governos etc. Estão
sempre em processos de mudanças.
Januário
Neto.
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