quinta-feira, 14 de maio de 2015

Energia solar, Tesla Powerwall

O QUE JÁ ERA BOM FICARÁ AINDA MELHOR

A busca para viabilizar energia limpa com abundância, é grande, isso em todo o mundo.
O Sol é a maior fonte de energia de que se tem conhecimento, para  se ter uma ideia, em apenas um segundo o Sol produz mais energia (internamente) que toda energia usada pela humanidade desde o começo dos tempos. Anualmente o Sol produz 4 milhões de vezes mais energia do que consumimos.
A utilização de energia solar por meio de painéis fotovoltaicos e inversores grid tie (ligado à rede elétrica) já é uma realidade, sobretudo na Alemanha, Pais com menos irradiação solar, mas com alta tecnologia. As pessoas trabalham em parcerias com as concessionárias de energia. Enviam energia pra rede elétrica durante o dia e recebem a energia no turno da noite, quando não há sol.
Com quatro anos de testes, estudos e pesquisas nessa área, não acredito que esse sistema funcione em um País corrupto como o Brasil.
Os sistemas isolados, ou seja, desligado da rede elétrica, os chamados OFF Grid, não tem apresentado eficiência e possuem custos bastante elevados devido ao uso de muitas baterias. Essas baterias nem sempre oferecem segurança ao sistema.
Pois bem, conforme o exposto acima, a grande questão está no armazenamento de energia, ou seja, em baterias eficientes. Essa questão está chegando ao fim, pois conforme a empresa Tesla Motors, pioneira na fabricação de carros elétricos, conforme o fundador da mesma, o norte-americano Elon Musk, desenvolveram uma bateria para casas que pode tornar as casas totalmente independentes da energia elétrica tradicional, usando apenas energia solar.
“O objetivo é completar a transformação da infraestrutura de energia do mundo inteiro para conseguirmos o ‘carbono zero’ sustentável”, disse  Musk a repórteres, antes de revelar o Powerwall (nome atribuído a nova bateria).
Se de fato for real as afirmações do Sr. Musk, estamos próximos de nos livrarmos totalmente dessas concessionárias que nos exploram. Utilizaremos energias renováveis, limpas, baratas e inesgotáveis.
Fonte: http://www.teslamotors.com/powerwall


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Parlamento Jovem de Dona Inês

DONA INÊS-PB. CÂMARA DE VEREADORES EMPOSSA VEREADORES DO PARLAMENTO JOVEM

OLYMPUS DIGITAL CAMERAA câmara Municipal de Dona Inês realizou na noite desta segunda-feira, 11 de Agosto, mais uma sessão ordinária. Durante a sessão foram empossados nove jovens vereadores que participam do projeto “Parlamento Jovem”.
O Presidente da Casa Legislativa, Demétrio Ferreira, autor do Projeto que criou o Parlamento Jovem disse está muito feliz em poder ver a concretização de um projeto tão importante. “O que estamos vendo hoje é a concretização de um projeto muito importante aonde esses jovens serão estimulados a conhecer e participar da dinâmica do Legislativo Municipal, sensibilizando os membros do Legislativo para as questões juvenis”. Declarou o Vereador.
Um dos objetivos do Parlamento Jovem é propiciar aos jovens um espaço para a reflexão sobre o papel do Poder Legislativo Municipal, o funcionamento da Câmara Municipal e a importância da participação política NUMA sociedade democrática, estimulando o seu envolvimento em situações práticas de pesquisa, debate, negociação e realização de escolhas e contexto do Parlamento. Outro objetivo é o de integrar os jovens na discussão de temas e proposições de ações que possam promover o bem público e a participação política.
Dos 27 que registraram candidaturas, 25 alunos disputaram e entre estes, 9 foram eleitos.
Sobre o Projeto
O Parlamento Jovem foi criado na Câmara Municipal de Dona Inês pelo Projeto de Resolução Nº 001/2014, de autoria do Vereador Demétrio Ferreira. Trata-se de uma resolução que autoriza jovens de 12 a 15 anos de idade, matriculados no ensino fundamental do 6º ao 9º ano, a conhecer de perto os trabalhos da Casa Legislativa, onde eles terão uma vez por mês, num período de quatro meses, uma sessão ordinária onde discutirão sobre assuntos que lhe são convenientes.
No final do ano o trabalho dos jovens, resultará na construção de um projeto que deve ser votado pelos vereadores titulares da Casa.
Assessoria da Câmara Municipal de Dona Inês-PB

terça-feira, 31 de março de 2015

O autoconhecimento humano e a centelha divina em nós

O autoconhecimento humano e a centelha divina em nós

Se Deus é Natureza e todas as coisas que existem são parte de uma Totalidade, então a centelha divina está presente em cada criatura viva e mesmo em cada objeto, cada ser animado ou inanimado, cada corpo celeste, cada força da natureza é expressão da potência divina. Cada ser particular pertence ao Todo e existe em separado, alienado desta Totalidade e ao mesmo tempo existe nela, no Uno, no Universo de múltiplas manifestações e de um eterno devir, de permanentes mudanças no seio de uma mesma substância. O ser humano, único animal racional, único ser criador, capaz de transformar a natureza, que se adapta ao meio adaptando o meio a ele e, portanto, a mais alienada de todas as criaturas, porque a mais consciente e a que mais anseia pela reintegração ao Todo, com todo o seu espírito, e a única capaz de integrar todos os seres do Universo por meio do trabalho, da linguagem e da razão. A conquista sobre o caos da vida natural traz a ordem humana para o mundo e opera o milagre da harmonia verdadeira, a única que não implica na aleatoriedade da destrutividade criativa e da criação destruidora da natureza não humanizada. A ordem estética governa a beleza e as formas que expressam tudo aquilo que a vida é e pode ser. E a ciência, o pensamento racional e crítico em geral, permite a unidade de todas as coisas do Universo em pensamento. A natureza é o objeto da atividade prática e da atividade intelectual do homem e é através da atividade vital consciente do homem que todos os objetos naturais ganham voz e identidade, ganham nome e assumem relações entre si de maneira clara. Mas isso tudo é o homem enquanto projeto. O homem real é criatura incompleta e sofredora. A chama divina tão poderosa nesses semideuses entre as feras e as bestas, ainda é pequena demais. Nesse sentido, os gênios e os heróis que de fato existiram são um prenúncio da humanidade vindoura. Eles são uma antecipação da existência humana em sua plenitude, do homem divino ao invés do homem besta, do homem livre ao invés do homem escravo. E os heróis míticos são a visão utópica daquilo que o homem pode ser. A nossa existência é trágica, é marcada pela limitação, porque elevar-se acima de si mesmo, alcançar a iluminação é tarefa ainda mais dolorosa do que viver uma vida de sofrimento e de carência, porque a felicidade rebaixada que a vida alienada oferece obscurece a verdade que fala ao homem que, às vezes, para viver de verdade é preciso arriscar a própria vida, que a liberdade sempre tem um preço e que o reino da liberdade e da felicidade que projeta sua luz sobre esse mundo de alienação, esse reino de sombras e de morte, não pode ser alcançado por decreto político voluntarista nem subjetivamente no plano individual e de forma quietista, que é uma tarefa individual e coletiva que depende da aprendizagem humana ao longo das gerações, da conquista do autoconhecimento por parte de cada indivíduo, da consciência social dos grupos sociais progressistas que despertem para sua missão histórica e da ampliação do horizonte de expectativas do conjunto da humanidade, ampliando assim as possibilidades de uma vida livre e feliz de fato. A emancipação humana depende da ação política consciente dos sujeitos sociais revolucionários, da unidade dos explorados e dos oprimidos num bloco político capaz de conscientizar a maioria da humanidade da necessidade histórica da reunificação do homem com o homem e do homem com a natureza numa sociedade comunista. Somente a luta pode fazer brotar o fogo que habita cada um de nós e libertar cada indivíduo das limitações cognitivas geradas pelas limitações sociais, em especial os limites impostos à imaginação, fonte de liberdade em relação à própria realidade material, mesmo que condicionada em certa medida por ela. A luta de classes e o conflito de gerações são, ao longo da história humana, os conflitos sociais mais determinantes nas transformações sociais, políticas e culturais. Se isso parece de alguma maneira excessivamente antropocêntrico, é importante perceber que mesmo a mais brilhante estrela em todo o seu esplendor não tem consciência disso. Nós somos feitos da mesma matéria que são feitas as estrelas, nós somos poeira cósmica e estamos unidos a tudo o que existe no Universo; e se por um lado nenhuma realização humana possa se comparar ao poder de uma supernova, de um buraco negro ou do Sol, a nossa consciência sobre tudo aquilo que existe torna a razão e a inteligência humanas as forças capazes de dar a todas as coisas um significado e forjar uma unidade consciente do Todo inconsciente. A memória dos sofrimentos e das injustiças do passado revelam ao homem o caminho da sua espécie na Terra. Essa memória projeta a esperança de uma vida renovada não para redimir o que não pode ser redimido, mas para redimir o presente e o futuro das tragédias que podem se concretizar e da permanência desta vida. O conhecimento histórico revela ao homem as suas realizações, de onde ele veio e tudo o que foi capaz de fazer e mostra a sua imagem refletida nesse espelho que é a história. Com isso, o homem compreende o poder que possui e o que precisa fazer para liberar todo esse poder no mundo. O homem é a consciência do mundo. Mas precisa ainda tomar consciência de si.
Rafael Rossi - novembro de 2014. 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Assembleia Legislativa/PB, recebe visita de Parlamento Mirim de Dona Inês

      Parlamentares mirins da cidade de Dona Inês realizaram uma visita, na manhã desta quarta-feira (19), a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). A visita foi para conhecer as dependências e funções do Poder Legislativo.

       Os nove alunos do Ensino Fundamental, que integram o projeto, estavam acompanhados da deputada Eva Gouveia (PSD), do prefeito e de vereadores do município de Dona Inês. A visita teve início nas dependências do Legislativo, onde eles tiveram a oportunidade de assistir a sessão ordinária, conheceram a TV Assembleia, além de outros setores da Casa.
     Em seguida, os vereadores mirins puderam conhecer o Memorial do Legislativo para aprender um pouco sobre o Processo Estadual, os presidentes e curiosidades em geral da Casa Epitácio Pessoa.
      A  deputada Eva Gouveia ressaltou a importância de receber os estudantes na Casa. “É com bastante alegria que recebemos estes alunos, pois o parlamento foi uma ideia que surgiu aqui na ALPB, onde também temos a formação dos parlamentares mirins estaduais”, explicou.
      O presidente da Câmara Municipal de Dona Inês, vereador Demétrio Ferreira, destacou que os vereadores mirins realizam sessões uma vez por mês, e que as discussões têm colaborado na criação de requerimentos e propostas para o município. “Queremos inserir estes jovens na política pensando no futuro do nosso Estado”, disse o parlamentar.
      Os parlamentares mirins, que têm entre 13 e 15 anos, foram eleitos a partir dos projetos que apresentaram. A visita a Assembleia Legislativa foi uma troca de conhecimento para o melhor desenvolvimento das atividades. “Fiquei impressionado durante a visita, pois pude presenciar a dimensão que é o legislativo estadual”, comentou o vereador mirim Carlos Daniel.
       Fonte:  Portal Araruna Online

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O Governo financiará energia solar

Governo estuda financiar produção de energia em casas e no comércio

Recursos seriam para compra de equipamentos como painéis solares.
Sobra de energia poderá ser jogada na rede comum e gerar crédito.


O governo federal discute a criação de uma linha de crédito para financiar a compra, pela população, de equipamentos que produzem energia nas casas e no comércio, a chamada microgeração. A informação é do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.

De acordo com ele, o financiamento poderá ser oferecido por bancos públicos, como Caixa, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). E poderá ser tomado por pessoas que queiram, por exemplo, instalar em suas casas painéis que geram eletricidade por meio da luz solar.

A compra de outros equipamentos de microgeração, como eólicos (que usam o vento para produzir eletricidade) e biodigestores (que geram por meio da queima de resíduos de animais, por exemplo), também podem vir a ser financiada.

O incentivo à microgeração ganhou urgência no governo devido à crise que atinge o setor elétrico, com a queda acentuada no armazenamento de água em reservatórios das principais hidrelétricas, e o risco de um novo racionamento no país.

Sobra de energia
Além de oferecer condições de suprir toda a demanda da casa ou comércio, esses equipamentos ainda podem jogar na rede comum toda a sobra de eletricidade produzida e não consumida.

De acordo com Rufino, porém, há ainda um “entrave” para a popularização da microgeração: governos estaduais defendem que a sobra de energia jogada na rede seja taxada por ICMS.

“Elaboramos toda a norma para que não houvesse fato gerador de ICMS, mas as autoridades tributárias estaduais tiveram uma interpretação diversa, entendendo que havia tributação tanto na ida [energia levada pelas distribuidoras] quanto na volta, na geração feita pelo consumidor que sobra e é depositada na rede”, disse o diretor-geral da Aneel.

Rufino aponta que a ideia desse sistema é oferecer um crédito de energia a quem depositar eletricidade na rede comum, que poderá ser usado depois. Ou seja, não há previsão de compra e venda dessa energia da microgeração.

Entretanto, ele apontou que existe uma discussão “bem encaminhada” entre o governo federal e os estados visando a isenção de ICMS dessa energia.
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

POLÍCIA X DIREITOS HUMANOS

Treze reflexões sobre 
polícia e direitos humanos
Durante muitos anos o tema “Direitos Humanos” foi considerado antagônico ao de Segurança Pública. Produto do autoritarismo vigente no país entre 1964 e 1984 e da manipulação, por ele, dos aparelhos policiais, esse velho paradigma maniqueísta cindiu sociedade e  polícia, como se a última não fizesse parte da primeira.
Polícia, então, foi uma atividade caracterizada pelos segmentos progressistas da sociedade, de forma equivocadamente conceitual, como necessariamente afeta à repressão anti-democrática, à truculência, ao conservadorismo. “Direitos Humanos” como militância, na outra ponta, passaram a ser vistos como ideologicamente filiados à esquerda, durante toda a vigência da Guerra Fria (estranhamente, nos países do “socialismo real”, eram vistos como uma arma retórica e organizacional do capitalismo). No Brasil, em momento posterior da história, à partir da rearticulação democrática, agregou-se a seus ativistas a pecha de “defensores de bandidos” e da impunidade.
Evidentemente, ambas visões estão fortemente equivocadas e prejudicadas pelo preconceito.
Estamos há mais de um década construindo uma nova democracia e essa paralisia de paradigmas das “partes” (uma vez que assim ainda são vistas e assim se consideram), representa um forte impedimento à parceria para a edificação de uma sociedade mais civilizada.
Aproximar a policia das ONGs que atuam com Di-reitos Humanos, e vice-versa, é tarefa impostergável para que possamos viver, a médio prazo, em uma nação que respire “cultura de cidadania”. Para que isso ocorra, é necessário que nós, lideranças do campo dos Direitos Humanos, desarmemos as “minas ideológicas” das quais nos cercamos, em um primeiro momento, justificável , para nos defendermos da polícia, e que agora nos impedem de aproximar-nos. O mesmo vale para a polícia.
Podemos aprender muito uns com os outros, ao atuarmos como agentes defensores da mesma democracia.
Nesse contexto, à partir de quase uma década de parceria no campo da educação para os direitos humanos junto à policiais e das coisas que vi e aprendi com a polícia, é que gostaria de tecer as singelas treze considerações a seguir:
CIDADANIA, DIMENSÃO PRIMEIRA
1ª - O policial é, antes de tudo um cidadão, e na cidadania deve nutrir sua razão de ser. Irmana-se, assim, a todos os  membros da comunidade em direitos e deveres. Sua condição de cidadania é, portanto, condição primeira, tornando-se bizarra qualquer reflexão fundada sobre suposta dualidade ou antagonismo entre uma “sociedade civil” e outra “sociedade policial”. Essa afirmação é plenamente válida mesmo quando se trata da Polícia Militar, que é um serviço público realizado na perspectiva de uma sociedade única, da qual todos os segmentos estatais são derivados. Portanto não há, igualmente, uma “sociedade civil” e outra “sociedade militar”. A “lógica” da Guerra Fria,  aliada aos “anos de chumbo”, no Brasil, é que se encarregou de solidificar esses equívocos, tentando transformar a polícia, de um serviço à cidadania, em ferramenta para enfrentamento do “inimigo interno”. Mesmo após o encerramento desses anos de paranóia, seqüelas ideológicas persistem indevidamente, obstaculizando, em algumas áreas, a elucidação da real função policial.
POLICIAL: CIDADÃO QUALIFICADO
2ª - O agente de Segurança Pública é, contudo, um cidadão qualificado: emblematiza o Estado, em seu contato mais imediato com a população. Sendo a autoridade mais comumente encontrada tem, portanto, a missão de ser uma espécie de “porta voz” popular do conjunto de autoridades das diversas áreas do poder. Além disso, porta a singular permissão para o uso da força e das armas, no âmbito da lei, o que lhe confere natural e destacada autoridade para a construção social ou para sua devastação. O impacto sobre a vida de indivíduos e comunidades, exercido por esse cidadão qualificado é, pois, sempre um impacto extremado e simbolicamente referencial para o bem ou para o mal-estar da sociedade.
POLICIAL: PEDAGOGO DA CIDADANIA
3ª - Há, assim, uma dimensão pedagógica no agir policial que, como em outras profissões de suporte público, antecede as próprias especificidades  de sua especialidade.
Os paradigmas contemporâneos na área da educação nos obrigam a repensar o agente educacional de forma mais includente. No passado, esse papel estava reservado únicamente aos pais, professores e especialistas em educação. Hoje é preciso incluir com primazia no rol pedagógico também outras profissões irrecusavelmente formadoras de opinião: médicos, advogados, jornalistas e policiais, por exemplo.
O policial, assim, à luz desses paradigmas educacionais mais abrangentes, é um pleno e legitimo educador. Essa dimensão é inabdicável e reveste de profunda nobreza a função policial, quando conscientemente explicitada através de comportamentos e atitudes.
A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA
PESSOAL E INSTITUCIONAL
4ª - O reconhecimento dessa “dimensão pedagógi-ca” é, seguramente, o caminho mais rápido e eficaz para a reconquista da abalada auto-estima policial. Note-se que os vínculos de respeito e solidariedade só podem constituir-se sobre uma boa base de auto-estima. A experiência primária do “querer-se bem” é fundamental para possibilitar o conhecimento de como chegar a “querer bem o outro”. Não podemos viver para fora o que não vivemos para dentro.
Em nível pessoal, é fundamental que o cidadão policial sinta-se motivado e orgulhoso de sua profissão. Isso só é alcançável à partir de um patamar de “sentido existen-cial”. Se a função policial for esvaziada desse sentido, transformando o homem e a mulher que a exercem em meros cumpridores de ordens sem um significado pessoalmente assumido como ideário, o resultado será uma auto-imagem denegrida e uma baixa auto-estima.
Resgatar, pois, o pedagogo que há em cada policial, é permitir a ressignificação da importância social da polícia, com a conseqüente consciência da nobreza e da dignidade dessa missão.
A elevação dos padrões de auto-estima pode ser o caminho mais seguro para uma boa prestação de serviços.
Só respeita o outro aquele que se dá respeito a si mesmo.
POLÍCIA E ‘SUPEREGO’  SOCIAL
5ª - Essa “dimensão pedagógica”, evidentemente, não se confunde com “dimensão demagógica” e, portanto, não exime a polícia de sua função técnica de intervir preventivamente no cotidiano e repressivamente em momentos de crise, uma vez que democracia nenhuma se sustenta sem a contenção do crime, sempre fundado sobre uma moralidade mal constituída  e hedonista, resultante de uma com-plexidade causal que vai do social ao psicológico.
Assim como nas famílias é preciso, em “ocasiões extremas”, que o adulto sustente, sem vacilar, limites que possam balizar moralmente a conduta de crianças e jovens, também em nível macro é necessário que alguma instituição se encarregue da contenção da sociopatia.
A polícia é, portanto, uma espécie de superego social indispensável em culturas urbanas, complexas e de interesses conflitantes, contenedora do óbvio caos a que estaríamos expostos na absurda hipótese de sua inexistência. Possivelmente por isso não se conheça nenhuma sociedade contemporânea que não tenha assentamento, entre outros, no poder da polícia. Zelar, pois, diligentemente, pela segurança pública, pelo direito do cidadão de ir e vir, de não ser molestado, de não ser saqueado, de ter respeitada sua integridade física e moral, é dever da polícia, um compromisso com o rol mais básico dos direitos humanos que devem ser garantidos à imensa maioria de cidadãos hones-tos e trabalhadores.
Para isso é que a polícia recebe desses mesmos cidadãos a unção para o uso da força, quando necessário.
RIGOR versus VIOLÊNCIA
6ª - O uso legítimo da força não se confunde, contudo, com truculência.
 A fronteira entre a força e a violência é delimi-tada, no campo formal, pela lei, no campo racional pela necessidade técnica e, no campo moral, pelo antagonismo que deve reger a metodologia de policiais e criminosos.
POLICIAL versus CRIMINOSO:
METODOLOGIAS ANTAGÔNICAS
7ª - Dessa forma, mesmo ao reprimir, o policial oferece uma visualização pedagógica, ao antagonizar-se aos procedimentos do crime.
Em termos de inconsciente coletivo, o policial exerce função educativa arquetípica: deve ser “o mocinho”, com procedimentos e atitudes coerentes com a “firmeza moralmente reta”, oposta radicalmente aos desvios perversos do outro arquétipo que se lhe contrapõe: o bandido.
Ao olhar para uns e outros, é preciso que a sociedade perceba claramente as diferenças metodológicas ou a “confusão arquetípica” intensificará sua crise de moralidade, incrementando a ciranda da violência. Isso significa que a violência policial é geradora de mais violência da qual, mui comumente, o próprio policial torna-se a vítima.
Ao policial, portanto, não cabe ser cruel com os cruéis, vingativo contra os anti-sociais, hediondo com os hediondos. Apenas estaria com isso, liberando, licenciando a sociedade para fazer o mesmo, à partir de seu patamar de visibilidade moral. Não se ensina a respeitar desrespeitando, não se pode educar para preservar a vida matando, não importa quem seja. O policial jamais pode esquecer que também o observa o inconsciente coletivo.
A ‘VISIBILIDADE MORAL’ DA POLÍCIA: IMPORTÂNCIA DO EXEMPLO
8ª - Essa dimensão “testemunhal”, exemplar, peda-gógica, que o policial carrega irrecusavelmente é, possivel-mente, mais marcante na vida da população do que a pró-pria intervenção do educador por ofício, o professor.
Esse fenômeno ocorre devido à gravidade do mo-mento em que normalmente o policial encontra o cidadão. À polícia recorre-se, como regra, em horas de fragilidade emocional, que deixam os indivíduos ou a comunidade fortemente “abertos” ao impacto psicológico e moral da ação realizada.
Por essa razão é que uma intervenção incorreta funda marcas traumáticas por anos ou até pela vida inteira, assim como a ação do “bom policial” será sempre lembrada com satisfação e conforto.
Curiosamente, um significativo número de policiais não consegue perceber com clareza a enorme importância que têm para a sociedade, talvez por não haverem refletido suficientemente a respeito dessa peculiaridade do impacto emocional do seu agir sobre a clientela. Justamente aí reside a maior força pedagógica da polícia, a grande chave para a redescoberta de seu valor e o resgate de sua auto-estima.
É essa mesma “visibilidade moral” da polícia o mais forte argumento para convencê-la de sua “responsabilidade paternal” (ainda que não paternalista) sobre a comunidade. Zelar pela ordem pública é, assim, acima de tudo, dar exemplo de conduta fortemente baseada em princípios. Não há exceção quando tratamos de princípios, mesmo quando está em questão a prisão, guarda e condução de malfeitores. Se o policial é capaz de transigir nos seus princípios de civilidade, quando no contato com os sociopatas, abona a violência, contamina-se com o que nega, conspurca a normalidade, confunde o imaginário popular e rebaixa-se à igualdade de procedimentos com aqueles que combate.
Note-se que a perspectiva, aqui, não é refletir do ponto de vista da “defesa do bandido”, mas da defesa da dignidade do policial.
A violência desequilibra e desumaniza o sujeito, não importa com que fins seja cometida, e não restringe-se a áreas isoladas, mas, fatalmente, acaba por dominar-lhe toda a conduta. O violento se dá uma perigosa permissão de exercício de pulsões negativas, que vazam gravemente sua censura moral e que, inevitavelmente, vão alastrando-se em todas as direções de sua vida, de maneira incontrolável.
“ÉTICA” CORPORATIVA versus ÉTICA CIDADÃ
9ª - Essa consciência da auto-importância obriga o policial a abdicar de qualquer lógica corporativista.
Ter identidade com a polícia, amar a corporação da qual participa, coisas essas desejáveis, não se podem confundir, em momento algum, com acobertar práticas abomináveis. Ao contrário, a verdadeira identidade policial exige do sujeito um permanente zelo pela “limpeza” da instituição da qual participa.
Um verdadeiro policial, ciente de seu valor social, será o primeiro interessado no “expurgo” dos maus profissionais, dos corruptos, dos torturadores, dos psicopatas. Sabe que o lugar deles não é polícia, pois, além do dano social que causam, prejudicam o equilíbrio psicológico de todo o conjunto da corporação e inundam os meios de co-municação social com um marketing que denigre o esforço heróico de todos aqueles outros que cumprem corretamente sua espinhosa missão. Por esse motivo, não está disposto a conceder-lhes qualquer tipo de espaço.
Aqui, se antagoniza a “ética da corporação” (que na verdade é a negação de qualquer possibilidade ética) com a ética da cidadania (aquela voltada à missão da polícia junto a seu cliente, o cidadão).
O acobertamento de práticas espúrias demonstra, ao contrário do que muitas vezes parece, o mais absoluto desprezo pelas instituições policiais. Quem acoberta o espúrio permite que ele enxovalhe a imagem do conjunto da instituição e mostra, dessa forma, não ter qualquer respeito pelo ambiente do qual faz parte.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO,
PERMANÊNCIA E ACOMPANHAMENTO
10ª - Essa preocupação deve crescer à medida em que tenhamos clara a preferência da psicopatia pelas profissões de poder. Política profissional, Forças Armadas, Comunicação Social, Direito, Medicina, Magistério e Polícia são algumas das profissões de encantada predileção para os psicopatas, sempre em busca do exercício livre e sem culpas de seu poder sobre outrem.
Profissões magníficas, de grande amplitude social, que agregam heróis e mesmo santos, são as mesmas que atraem a escória, pelo alcance que têm, pelo poder que representam.
A permissão para o uso da força, das armas, do direito a decidir sobre a vida e a morte, exercem irresistível atração à perversidade, ao delírio onipotente, à loucura articulada.
Os processos de seleção de policiais devem tornar-se cada vez mais rígidos no bloqueio à entrada desse tipo de gente. Igualmente, é nefasta a falta de um maior acompanhamento psicológico aos policiais já na ativa.
A polícia é chamada a cuidar dos piores dramas da população e nisso reside um componente desequilibrador. Quem cuida da polícia?
Os governos, de maneira geral, estruturam pobremente os serviços de atendimento psicológico aos policiais e aproveitam muito mal os policiais diplomados nas áreas de saúde mental.
Evidentemente, se os critérios de seleção e permanência devem tornar-se cada vez mais exigentes, espera-se que o Estado cuide também de retribuir com salários cada vez mais dignos.
De qualquer forma, o zelo pelo respeito e a decência dos quadros policiais não cabe apenas ao Estado mas aos próprios policiais, os maiores interessados em participarem de instituições livres de vícios, valorizadas socialmente e detentoras de credibilidade histórica.

DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS —HUMILHAÇÃO versus HIERARQUIA

11ª - O equilíbrio psicológico, tão indispensável na ação da polícia, passa também pela saúde emocional da própria instituição. Mesmo que isso não se justifique, sabe-mos que policiais maltratados internamente tendem a descontar sua agressividade sobre o cidadão.
Evidentemente, polícia não funciona sem hierarquia. Há, contudo, clara distinção entre hierarquia e humilhação, entre ordem e perversidade.
Em muitas academias de polícia (é claro que não em todas) os policiais parecem ainda ser “adestrados” para alguma suposta “guerra de guerrilhas”, sendo submetidos a toda ordem de maus-tratos (beber sangue no pescoço da galinha, ficar em pé sobre formigueiro, ser “afogado” na lama por superior hierárquico, comer fezes, são só alguns dos recentes exemplos que tenho colecionado à partir da narrativa de amigos policiais, em diversas partes do Brasil).
Por uma contaminação da ideologia militar (diga-se de passagem, presente não apenas nas PMs mas também em muitas polícias civis), os futuros policiais são, muitas vezes, submetidos a violento estresse psicológico, a fim de atiçar-lhes a raiva contra o “inimigo” (será, nesse caso, o cidadão?).
Essa permissividade na violação interna dos Direitos Humanos dos policiais pode dar guarida à ação de personalidades sádicas e depravadas, que usam sua autoridade superior como cobertura para o exercício de suas doenças.
Além disso, como os policiais não vão lutar na extinta guerra do Vietnã, mas atuar nas ruas das cidades, esse tipo de “formação” (deformadora) representa uma perda de tempo, geradora apenas de brutalidade, atraso técnico e incompetência.
A verdadeira hierarquia só pode ser exercida com base na lei e na lógica, longe, portanto, do personalismo e do autoritarismo doentios.
 O respeito aos superiores não pode ser imposto na base da humilhação e do medo. Não pode haver respeito unilateral, como não pode haver respeito sem admiração. Não podemos respeitar aqueles a quem odiamos.
A hierarquia é fundamental para o bom funciona-mento da polícia, mas ela só pode ser verdadeiramente al-cançada através do exercício da liderança dos superiores, o que pressupõe práticas bilaterais de respeito, competência e seguimento de regras lógicas e suprapessoais.

DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS —HUMILHAÇÃO versus HIERARQUIA

12ª - No extremo oposto, a debilidade hierárquica é também um mal. Pode passar uma imagem de descaso e desordem no serviço público, além de enredar na malha confusa da burocracia toda a prática policial.
A falta de uma Lei Orgânica Nacional para a polícia civil, por exemplo, pode propiciar um desvio fragmentador dessa instituição, amparando uma tendência de definição de conduta, em alguns casos, pela mera junção, em “colcha de retalhos”, do conjunto das práticas de suas delegacias.
Enquanto um melhor direcionamento não ocorre em plano nacional, é fundamental que os estados e instituições da polícia civil  direcionem estrategicamente o processo de maneira a unificar sob regras claras a conduta do conjunto de seus agentes, transcendendo a mera predisposição dos delegados localmente responsáveis (e superando, assim, a “ordem” fragmentada, baseada na personificação). Além do conjunto da sociedade, a própria polícia civil será altamente beneficiada, uma vez que regras objetivas para todos (incluídas aí as condutas internas) só podem dar maior segurança e credibilidade aos que precisam executar tão importante e ao mesmo tempo tão intrincado e difícil trabalho.
A FORMAÇÃO DOS POLICIAIS
13ª - A superação desses desvios poderia dar-se, ao menos em parte, pelo estabelecimento de um “núcleo comum”, de conteúdos e metodologias na formação de ambas as polícias, que privilegiasse a formação do juízo moral, as ciências humanísticas e a tecnologia como contraponto de eficácia à incompetência da força bruta.
Aqui, deve-se ressaltar a importância das academias de Polícia Civil, das escolas formativas de oficiais e soldados e dos institutos superiores de ensino e pesquisa, como bases para a construção da Polícia Cidadã, seja através de suas intervenções junto aos policiais ingressantes, seja na qualificação daqueles que se encontram há mais tempo na ativa. Um bom currículo e professores habilitados não apenas nos conhecimentos técnicos, mas igualmente nas artes didáticas e no relacionamento interpessoal, são fundamentais para a geração de policiais que atuem com base na lei e na ordem hierárquica, mas também na autonomia moral e intelectual. Do policial contem-porâneo, mesmo o de mais simples escalão, se exigirá, cada vez mais, discernimento de valores éticos e condução rápi-da de processos de raciocínio na tomada de decisões.
CONCLUSÃO
A polícia, como instituição de serviço à cidadania em uma de suas demandas mais básicas — Segurança Pública — tem tudo para ser altamente respeitada e valorizada.
Para tanto, precisa resgatar a consciência da importância de seu papel social e, por conseguinte, a auto-estima.
Esse caminho passa pela superação das seqüelas deixadas pelo período ditatorial: velhos ranços psicopáticos, às vezes ainda abancados no poder, contaminação anacrônica pela ideologia militar da Guerra Fria, crença de que a competência se alcança pela truculência e não pela técnica, maus-tratos internos a policiais de escalões inferiores, corporativismo no acobertamento de práticas incompatíveis com a nobreza da missão policial.
O processo de modernização democrática já está instaurado e conta com a parceria de organizações como a Anistia Internacional (que, dentro e fora do Brasil, aliás, mantém um notável quadro de policiais a ela filiados).
Dessa forma, o velho paradigma antagonista da Segurança Pública e dos Direitos Humanos precisa ser subs-tituído por um novo, que exige desacomodação de ambos os campos: “Segurança Pública com Direitos Humanos”.
O policial, pela natural autoridade moral que porta, tem o potencial de ser o mais marcante promotor dos Direitos Humanos, revertendo o quadro de descrédito social e qualificando-se como um personagem central da democracia. As organizações não-governamentais que ainda não descobriram a força e a importância do policial como agente de transformação, devem abrir-se, urgentemente, a isso, sob pena de, aferradas a velhos paradigmas, perderem o concurso da ação impactante desse ator social.
Direitos Humanos, cada vez mais, também é coisa de polícia!
RICARDO BALESTRERI

domingo, 4 de janeiro de 2015

Violência Gera Violência


        No Nosso humilde sentir, gerenciar coisa pública exige amor pela causa, compromisso, inteligência, planejamento e extrema humildade, o que nem sempre acontece nesse governo estabelecido e dos amigos, pessoas outrora simples e solícitas, quando investidas nas altas funções de Secretário de Estado sofrem uma incompreensível metamorfose, como a comprovar a afirmação de Paulo Freire, que em seu livro a Pedagogia do Oprimido verbera que todo oprimido traz em seu âmago um opressor sanguinário e insolente, bastando surgir a oportunidade para que exteriorize esse pedante, soberbo e presunçoso déspota.
        Observei esse fenômeno que foi com jactância incorporado e vivido pelo Ex-secretário da Administração Penitenciária do Estado da Paraíba, Delegado de Polícia Civil Walber Virgolino, pessoa de fácil trato, mas que picado pela mosca azul e embriagado pelo deslumbramento do poder, igual ao plebeu do poema de Machado de Assis, que ao deparar-se com a mosca azul, vislumbrou-se soberano de vasto império, um rei cercado por mulheres e empregados, amado por todos, glorioso vencedor de batalhas, ilusão que lhe custa a santidade. Como se suas entranhas pudessem explicar o motivo de tamanha beleza, a mosca é dissecada pelo pobre carpinteiro, que nada vê além de um inseto morto, baço asqueroso. Dizem que ensandeceu e que não sabe como perdeu a sua mosca azul.
Tive essa impressão de que somente uma sandice inominável poderia explicar o que ocorreu no dia 07 de setembro de 2014, na Rua Duarte da Silveira, quando vários carros pretos, lúgubres e propositadamente fúnebres, com agentes penitenciários vestidos com temíveis uniformes pretos e portando armas de grosso calibre, num espetáculo nazi-fascista, exatamente quando se comemorava a independência do Brasil, desfilavam garbosa e desafiadoramente por aquela importante avenida da nossa capital. Naquele momento descobri que alguém estava profundamente doente, com terríveis alucinações, delírios, miragens, devaneios, tudo isto causado pela picada da mosca azul palaciana.
         A coisa piorou, se agravou e febrilmente, de forma quixotesca, o Secretário inebriado pelos falsos elogios de uma imprensa reverente ao mandante de plantão, ecoou a todos os pulmões, que a repressão a motins de presos ou rebeliões tinha que ser violenta, na base do cassetete e de balas de borracha, para doer até sangrar, pois ali não existiam parentes seus e nem mesmo ele estava segregado. Até aí tudo normal, se essa ignomínia fosse discursada por alguém estranho ao sistema, mas nunca a ele que tinha todas as regalias de um Secretário de Estado e o dever constitucional de proteger esses homens presos, independentemente de serem criminosos hediondos ou não, e ao se comportar dessa forma, desceu ao mais baixo nível do plebeu do imorredouro Machado, o mestre da nossa literatura.
Walber Virgolino demonstrou despreparo para o cargo, quando desconhece o mandamento constitucional de que críticas ao homem público, mesmo que ácidas não constituem nenhum ilícito, mas mesmo assim, de forma tacanha e nanica, atravessou uma ação de indenização por danos morais contra a Conselheira Estadual dos Direitos Humanos Laura Berquó, mulher de brios, pois determinada e comprometida com seus ideais, que é a causa da defesa do respeito á dignidade humana, uma causa difícil, cujo defensor precisa ter formação moral sólida, consistente, para não cair na vala comum dos covardes que possuem na ponta da língua um discurso peçonhento de agressão às mulheres e homens de bem que não se curvarão nunca às estultices e vitupérios dos que se encontram em devaneios por conta da picada da mosca azul.
        O Ex-secretário ao invés de resolver a situação vexaminosa da revista invasiva, preferiu somar ao cordão de servidores que de forma sádica entendem que a revista invasiva é também uma forma de vingança e deixou o governo que se diz republicano no mesmo nível daqueles que de formação direitista e conservadora, deixaram que famílias inteiras de segregados fossem marcadas para sempre pela infamante revista invasiva e bestial.
O erro de Laura Berquó, foi fazer um comentário num humilde texto por mim escrito, no qual afirmei que as rebeliões e motins eram dolosos, pois, ao se nomear torturadores para cargos em comissão, a exemplo de Dinamérico Cardin e espancador notório para direção de um presídio, só pode ser alguém que por crueza, de forma subliminar, deseja ver a revolta despertada nos internos, por conta de atos equivocados levados à efeito por seus prepostos, a exemplo de psêudos atos de disciplina (raspar cabeças) que visam despertar a ira de quem já se encontra sentenciado, bem como de proibição de visitas, de entrega de comidas, o que como já dito, visam a despertar raiva e motins, tudo adredemente e desapiedadamente pensado, para que a feroz repressão por tropas de elite tivesse lugar.
O arrebatamento e encanto pelo poder era tão inqualificável, que Walber Virgolino, ao invés de arreganhar os portões de suas cadeias para demonstrar que nada de errado ali se praticava, chegou a levar ao próprio governador a relação dos Conselheiros dos Direitos Humanos questionando a legitimidade de suas nomeações, ocupando o Chefe do Executivo Estadual com uma questão que poderia ser substituída pela apresentação de um projeto de ressocialização, mas como ele nunca teve esse projeto, por pura incapacidade de gestá-lo, entendia que proibir Conselheiro dos Direitos Humanos de entrar em instituições penais seria um grande feito e sem saber, no seu pileque de poder, perdia forças e confiança junto ao chefe maior ao ocupá-las com assuntos tão liliputianos, questão que o CEDHPB de forma vertical enfrentou e nem sequer deu satisfação dos seus atos a tão acabrunhante questão.
         De forma que o poder desgraçadamente subiu à cabeça do Ex-secretário, que ensandecido criava grupos repressores dentro do Sistema Penitenciário como a dizer a outro secretário, “eu aqui tenho outra polícia mais equipada até mesmo do que a sua e também posso reprimir e prender, até núcleo de inteligência eu tenho, igualzinho a você” e para curar a doença foi necessário a ministração do antídoto da exoneração, da dispensa pura e simples, enviando-lhe de volta à titularidade de uma delegacia de polícia, onde talvez seja despertado do terrível torpor pelos gritos desesperados de socorro do povo, cujo ruído o poder que lhe embriagou lhe impediu de ouvi-los há algum tempo e posa retornar a realidade do mundo dos vivos e dos comuns.
          Marinho Mendes - Conselheiro Estadual dos Direitos Humanos da Paraíba.